sábado, 19 de março de 2011

Historia de Magé

 O desbravamento da região de Magé data dos primeiros tempos coloniais do Brasil. Em 1565, após a expulsão dos franceses do Rio de Janeiro, Simão da Mota é agraciado por Mem de Sá com uma sesmaria e edifica sua moradia no Morro da Piedade, próximo do qual, ainda hoje, existe o porto de mesmo nome, a poucos quilômetros da atual sede municipal.
Alguns anos depois, Simão da Mota, com outros portugueses e inúmeros escravos, transferiu-se para a localidade Magepe-Mirim, de onde se originou a atual cidade de Magé. Na época, viviam na região índios da tribo dos Tamoios, os quais não restam mais vestígios. A povoação foi elevada à categoria de freguesia em 1696. Próximo também se desenvolveu, a partir de 1643, a localidade de Nossa Senhora da Guia de Pacobaíba, que foi reconhecida como freguesia em 1755.


 Devido ao esforço dos colonizadores e à fertilidade do solo, Magepe-Mirim e Guia de Pacobaíba gozaram de uma situação invejável no período colonial. Tanto numa quanto noutra, o elemento negro, introduzido em grande número, muito contribuiu para o desenvolvimento da agricultura e elevação do nível econômico local. Em 1789, Magé foi elevada à categoria de vila, obtendo, assim, sua emancipação, em 7 de junho de 1789, e instalação, em 12 de junho do mesmo ano, com território constituído de terras desmembradas do município de Santana de Macacu e da cidade do Rio de Janeiro, inclusive as ilhas do arquipélago de Paquetá, na Baía de Guanabara. No ano de 1810, foi a localidade tornada Baronato e no ano seguinte, elevada a Viscondato. Em 1857, foram lhe atribuídos foros de cidade.


 Para que se avalie a importância desse município, durante o Segundo Império foi construída em suas terras a primeira estrada de ferro da América do Sul. Inaugurada, em 1854, a Estrada de Ferro Mauá, depois E.F. Príncipe Grão-Pará, ligava as localidades de Guia de Pacobaíba e Fragoso, numa extensão de 14,5 km.


 Em terras mageenses, o desbravador Bernardo Proença abriu, em 1726, o caminho das pedra que se tornou a primeira ligação entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais, quando os viajantes gastavam quinze dias para atingir Vila Rica embrenhando-se do litoral para a serra. Os desbravadores puderam conhecer a riqueza de uma terra fértil, generosa e rica em minerais. A partir das fazendas e dos engenhos, de pequenas capelas, surgiram os povoados que também se transformavam próximos das instalações militares que defendiam a Baía de Guanabara dos ataques de piratas e mercenários. Para se alcançar a Freguesia embarcava-se na Praça XV, numa falua (pequena embarcação), navegava-se até à foz do Rio Inhomirim, de onde se atingia o Porto da Estrela, que surgiu no final do século XVII, em Inhomirim (6º Distrito de Magé), com a construção da Capela de Nossa Senhora da Estrela dos Mares.


Com a abolição da escravatura, houve considerável êxodo dos antigos escravos, ocasionando terrível crise econômica. Esse fato, aliado à insalubridade da região, fez com que desaparecessem as grandes plantações, periódicas ou permanentes. O abandono das terras provocou a obstrução dos rios que cortam quase toda a baixada do território municipal, alagando-a. Daí originou-se o grassamento da malária, que reduziu a População local e paralisou por várias décadas o desenvolvimento econômico da região.


 Sua localização privilegiada, próxima a cidades importantes, trouxe novo surto de desenvolvimento, no século XX, com a implantação de várias indústrias, especialmente as têxteis. Em 1992, Guapimirim, então terceiro distrito de Magé, adquire sua autonomia, havendo uma redução expressiva do território mageense.

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